sábado, 25 de setembro de 2010

The only exception



Havia acabado. Pelo menos a parte física. Eles já não se falavam mais, não trocavam mais olhares, muito menos palavras. Depois de um tempo ela pensou que já havia superado tudo, que se voltasse a ter contato, nada mais sentiria. Afinal, já havia passado um certo tempo.
Tentou. A frequência com que se comunicava com ele era cada vez maior. Aquilo já teria virado uma necessidade.
Os sentimentos voltaram com mais força que antes. Ela já não suportava mais aquela dor. Era ruim demais ter e não ter ao mesmo tempo. Pensou no mesmo instante em se afastar.
Se desculpou, mas disse que aquilo seria o melhor, para os dois. Mal sabia ela que, se afastar para conseguir realmente esquecer, para não mais sentir dor, era exatamente o que ele tinha feito até aquele momento.
Repensou. Ela descobriu que já era tarde para desistir. Alguém, dentro dela, gritava que ainda o queria, que precisava dele perto para continuar a viver. Já gostou tanto de alguém a ponto de não conseguir respirar.? Era isso que ela sentia.
Aquela noite ela foi convidada para ir a um show na cidade onde estudava. Por insistência, ela aceitou. Seria uma ótima oportunidade para se esquecer um pouco de tudo aquilo. É, de nada adiantou. Entre tantos rostos diferentes, lá estava o dele. Ela não consegui evitar encara-lo. Foi com a intenção de assistir ao show, mas o egoísmo dele arrancou toda sua atenção do palco e concentrou nele, somente nele. Só ela sabia o quão estava se segurando para não se aproximar só mais alguns passo e abraça-lo. Era só isso que ela queria...
Aquela noite acabou. O que sentia por ele não. Por mais impossível que possa parecer, eles só se fortaleceram.
Resolveu insistir até o ultimo momento. Nada mais mudaria sua ideia de tentar novamente. Sua sobrevivência dependia daquilo. ELE era sua vida agora...
Uma certa noite, dois dias após seu décimo sétimo aniversário, aconteceu o que foi pedido, aquilo que ela sonhara há dias. Bom, ela não sabia se realmente tinha acontecido. Não acreditava, havia sonhado tanto que não parecia ser real, só mais uma ilusão. Foi real. Tão real que depois daquele dia, parecia que tinha renascido uma outra pessoa. Não conseguiria mais ficar longe dele, não queria nunca ter que ficar.
Ela estava feliz. Se é que feliz é o suficiente para traduzir o que ela sente agora. Não, ela não o ama, ainda. Talvez seja muito cedo para dizer que é amor. Mas, se existe em algum lugar no mundo um sentimento parecido, a ponto de ser confundido, é esse que ela sente.
Enquanto não descobre-se seu nome, ela dizia o sinonimo a ele: eu te amo.
Agora, ela vivia.

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