It's only you and me

As vezes me perco no silêncio. São esses momentos que posso chamar de ''meus''. Em meio aos sentimentos que estão embaralhados aqui dentro. Não achei palavras certas para descrever o que venho sentindo. É estranho, confuso, desconhecido, prazeroso, uma infinidade de adjetivos. Loucura eu tentar entender, explicar o que não pode se ver.
Há tanto tempo espero por isso. Já não me lembro exatamente quanto. Desisti de contar depois de alguns meses. Desisti dele (...) Ilusão minha, eu apenas o guardei, esquecendo-me, ou não, de excluir esse sentimento. Por mais fácil que possa aparentar, não podemos simplesmente pegar os sentimentos e defenestrá-los.
Queria gostar um pouco menos de você. Talvez assim, não sentiria tanta dor quando preciso me afastar. Um tipo de dor que cura somente com sua presença, com o estar perto simplesmente. Não desejaria viver sem coração. Sei que continuaria ter que procurar as palavras que insistem em fugir quando são chamadas por minha mente; o arrepio ao menor toque; os pensamentos bloqueados, limitados a pensar somente em você. Sem um coração eu ainda continuaria gostando de você.
Por tudo isso, minha preferência pela dor. É uma dor que, diferente do padrão, é prazerosa, me faz bem. A cada partida sua, a cada beijo de despedida, sinto a angustia e a felicidade me dominarem, ao mesmo tempo. Angustia,pelo fato de no outro dia correr o risco de acordar e perceber que não passou de um sonho, apenas delírios causados pela vontade de te ter, da necessidade. Felicidade por apenas ter sonhado.
E como sempre, esse medo que não me abandona. Medo de me entregar e sofrer. Medo de, após a entrega, um dia nunca mais poder ouvir tua voz. Como uma droga que na abstinência se sente fissuras. Seria o que me ocorreria se um dia, agora, depois de me entregar a esse estranho prazeroso, me encontrasse sozinha...
Só não quero que desperte em mim o sentimento o qual você não pretende sentir. Farei isso valer a pena, se der a chance. Você só precisa me dizer que sim.